quinta-feira, 18 de junho de 2009

Preconceito piora o desempenho na escola

18 de junho de 2009 | N° 16004AlertaVoltar para a edição de hoje

EDUCAÇÃO

Estudo feito na rede pública a pedido do MEC mostrou que uma das experiências mais nocivas é o bullying

Alunos zombando de outros alunos, de professores ou de funcionários do local onde estudam é, mais do que brincadeira de mau gosto, sinal de pior rendimento escolar. Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Ministério da Educação (MEC) demonstrou que, quanto mais preconceito e práticas discriminatórias existem em uma escola pública, pior é o desempenho de seus estudantes.

Entre as experiências mais nocivas vividas por esses jovens está o bullying, que é a humilhação perante colegas por motivo de preconceito.

Para chegar a essa associação entre o grau de intolerância e o desempenho escolar, o estudo considerou os resultados obtidos por alunos na Prova Brasil de 2007, exame de habilidades em português e matemática realizado por quem cursa da 4ª à 8ª série do Ensino Fundamental da rede pública. A conclusão foi que as escolas com notas mais baixas registraram maior nível de aversão ao que é diferente. O MEC não informou que medidas pretende tomar a respeito dessa constatação.

As consequências são mais graves quando as vítimas de zombaria são os professores.

– A conjectura que podemos fazer é que o bullying gera um ambiente que não é propício ao aprendizado – afirma o economista José Afonso Mazzon, coordenador da pesquisa.

Levantamento aponta impacto da religião

De acordo com o estudo, as vítimas mais frequentes de bullying são, respectivamente, negros, pobres e homossexuais.

– O indivíduo que nasce negro, pobre e homossexual está com um carimbo muito sério pela vida toda – diz Mazzon, para quem o preconceito vem de fora da escola, normalmente da própria família.

Foram entrevistadas 18,5 mil pessoas entre alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas de todo o Brasil. Entre os estudantes, participaram da pesquisa os que cursam a 7ª ou 8ª série do Ensino Fundamental, o 3º ano do Ensino Médio e o antigo supletivo, o EJA (Educação para Jovens e Adultos). Do total de estudantes, 70% têm menos de 20 anos.

O estudo mostrou ainda que alunos com forte participação religiosa tendem a ser mais preconceituosos, principalmente em relação a homossexuais. A maioria dos estudantes que participaram do estudo é católica (65%). Evangélicos são o segundo maior grupo (31,2%).

Outra constatação foi que os veículos de comunicação – rádios, TV, jornais e revistas – servem como ferramenta de combate ao preconceito. Pessoas que têm mais contato com a mídia demonstraram maior tolerância, diferença percebida principalmente em questões de gênero, deficiência, étnicas, raciais e de geração.

(http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2549340.xml&template=3898.dwt&edition=12539&section=1003)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pesquisa indica que há 99,3% de preconceito no ambiente escolar

Tamanho da Fonte Flávia Albuquerque Agencia Brasil

Pesquisa realizada em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que 99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial. O estudo, divulgado hoje (17), em São Paulo, e pioneiro no Brasil, foi realizado com o objetivo de dar subsídios para a criação de ações que transformem a escola em um ambiente de promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

De acordo com a pesquisa Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% têm preconceito étnico-racial, 93,5% de gênero, 91% de geração, 87,5% socioeconômico, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial.

Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado entre todos os atores. ?Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizada e preocupante?, disse.

Com relação à intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação à mulher. Com relação à geração (idade), 37,9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos. A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação à orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% étnico-racial e 20,65% territorial.

O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito com 98,9% das pessoas com algum nível de distância social, seguido pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%) e negros (90,9%).

De acordo com o diretor de Estudos e Acompanhamentos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação (MEC), Daniel Chimenez, o resultado desse estudo será analisado detalhadamente uma vez que o MEC já demonstrou preocupação com o tema e com a necessidade de melhorar o ambiente escolar e de ampliar ações de respeito à diversidade.

(http://www.maiscomunidade.com/conteudo/2008-05-19/brasil/10809/PESQUISA-INDICA-QUE-HA-993-DE-PRECONCEITO-NO-AMBIENTE-ESCOLAR.pnhtml)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pesquisa nacional da Fipe analisa preconceito e discriminação no ambiente escolar


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www.segs.com.br - Fonte ou Autoria é : Betânia Lins
15-Jun-2009
Estudo pioneiro realizado em 501 escolas públicas do país mostra que o preconceito e a discriminação estão presentes no ambiente escolar e podem estar associados a diferenças no ensino e no desempenho dos alunos.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará dia 17, quarta-feira, às 10h30, em entrevista coletiva na FEA-USP, os resultados da Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A coletiva será realizada na sala E-109, Prédio FEA 1, av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo (SP).

O estudo tem o propósito de fornecer informações relevantes para a elaboração de políticas e estratégias de ação que promovam a diversidade e a mitigação do preconceito, e da discriminação, nas escolas públicas brasileiras e, ao mesmo tempo, criem um ponto de partida para o aprofundamento dos estudos sobre preconceito e discriminação em suas diversas naturezas.

A pesquisa envolveu a análise dos preconceitos de natureza étnico-racial, socioeconômico, geracional, de gênero, territorial, de orientação sexual e o relacionado a pessoas com necessidades especiais. Foi também pesquisada a discriminação de diferentes grupos sociais, representados por negros, pobres, índios, ciganos, homossexuais, moradores de periferia, favelas e áreas rurais, pessoas com necessidades especiais de natureza física e mental, idosos e mulheres.

Segundo o professor José Afonso Mazzon, da FEA-USP, coordenador do trabalho, a pesquisa de campo foi realizada em 501 escolas públicas de todo o pais, nas quais foram entrevistadas de 18.500 pessoas (alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários).

Principais resultados

Durante coletiva de imprensa, serão apresentados dados e análises que revelam:

A abrangência, o alcance e a intensidade do preconceito, da discriminação e das práticas discriminatórias (bullying) no ambiente escolar;

Os grupos sociais mais afetados pelo preconceito e que mais sofrem com práticas discriminatórias;

A relação entre os diversos tipos de preconceito e discriminação;

A relação entre o preconceito e a discriminação latentes nas escolas e a ocorrência de práticas discriminatórias ofensivas no ambiente escolar;

A influência de características intrínsecas aos alunos e as características das escolas em relação às diferenças de preconceito e discriminação entre os alunos;

Como o preconceito, a discriminação e as práticas discriminatórias ofensivas no ambiente escolar estão relacionados com o desempenho dos alunos.

Local: Sala E-109, Prédio FEA 1, av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo (SP).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Educação no Brasil melhora, mas desigualdades ainda criam barreiras

UNICEF: Educação no Brasil melhora, mas desigualdades ainda criam barreiras










Por Redação Pantanal News/Leticia Sobreira

Educação no Brasil melhora, mas desigualdadesainda criam barreiras

Relatório do UNICEF revela que País precisatratar de maneira diferenciada as parcelas mais vulneráveis da populaçãopara que os avanços já alcançados beneficiem todas e cada uma das criançase adolescentes

Brasília, 9 de junho O Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF) divulgou nesta terça-feira o relatórioSituação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 O Direitode Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades, uma análisesobre o direito de aprender no Brasil realizada a partir das estatísticasmais recentes relacionadas ao tema.

O relatório conclui que o País obteve importantesavanços nos indicadores de acesso, aprendizagem, permanência e conclusãodo Ensino Básico. Na publicação, o UNICEF analisa as desigualdades educacionaisno Brasil especialmente as regionais, étnico-raciais e socioeconômicas,bem como as relacionadas à inclusão de crianças com deficiência. São essasdesigualdades que impedem que parcelas mais vulneráveis da população brasileiratenham garantido seu direito de aprender, sobretudo nas regiões do Semiárido,da Amazônia Legal e nas comunidades populares dos centros urbanos.

Para se ter uma ideia, 97,6% das criançase adolescentes entre 7 e 14 anos estão matriculados na escola, o que representacerca de 26 milhões de estudantes. Esses 2,4% podem parecer pouco, masrepresentam 680 mil crianças fora da escola. É mais do que a populaçãodo Suriname. E desse total de crianças fora da escola, 66% (450 mil) sãonegras. Da mesma forma, o percentual de crianças fora da escola na RegiãoNorte é duas vezes maior do que o mesmo percentual na Região Sudeste.

“O UNICEF reconhece e comemora os avanços,apontando a necessidade e assumindo o compromisso de apoiar e participarde ações que garantam a sustentabilidade e aprimoramento das políticase programas que lhes dão apoio. A capacidade demonstrada pelo País de melhoraresses indicadores é que nos permite afirmar que é possível sim universalizaro direito de aprender para todas e cada uma das crianças e adolescentesno Brasil”, afirma Marie-Pierre Poirier, Representante do UNICEF no País.

Marie-Pierre destaca ainda que, para queos avanços conquistados pelo País alcancem todas e cada uma das criançase adolescentes, são necessárias a criação e a implementação de políticaspúblicas que tenham como resultado a efetiva redução das desigualdadesem todas as suas dimensões. Ao mesmo tempo, considera fundamental a continuidadee o fortalecimento das articulações entre ações governamentais e sociaispara superação das barreiras existentes.

O relatório Situação da Infância e da AdolescênciaBrasileira 2009 está disponível na íntegra no site do UNICEF:
http://www.unicef.org/brazil

sábado, 30 de maio de 2009

Estudo analisa comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

Publicado em: 27/5/2009 06:03:27
Estudo analisa comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

A situação das crianças negras em sala de aula é desvantajosa, constatou pesquisa empreendida pela UFS com futuros professores. Eles apresentaram atitudes e comportamentos diferenciados em função da etnia dos alunos. A formação inadequada desses profissionais, porém, acaba influenciando a maneira como se colocam em sala de aula.

O estudo chegou à conclusão através das análises do julgamento que os professores fizeram em cima de redação escrita por um aluno do ensino fundamental e de um questionário com perguntas sobre temas étnicos, como preconceito e racismo. Para alguns professores, na redação estava anexada uma foto de uma criança negra e para outros, a de uma branca.

Duzentos e oito componentes da antiga Escola Normal e do curso de Letras da UFS participaram do trabalho. Num universo de zero a dez, os membros da Escola Normal atribuíram notas superiores à redação da criança branca face à negra: 7,8 contra 7,4. Já os alunos da UFS conferiram nota 7,1 para a negra e 7 para a branca. Apesar da diferença pequena em números, foram nos critérios estabelecidos nos questionários que o preconceito se expressou acentuadamente.

As teorias que estudam o preconceito e o racismo vão dizer que há uma tendência a avaliar pessoas brancas usando características de competência e critérios internos, enquanto quando se avalia as crianças negras usam-se critérios superficiais ou externos, explica a professora Dalila Xavier, do Departamento de Psicologia.

Houve uma tendência dos futuros professores para avaliar que o texto da criança branca era mais criativo e que ela possuía a idade adequada para produzir aquele conhecimento. Enquanto para a avaliação da criança negra consideraram o esforço para a construção do texto e a caligrafia.

Pretendemos continuar a pesquisa investigando o porquê da diferença das avaliações, diz a estudante Carla Jesus de Carvalho, que também atuou na pesquisa. O que mais chamou atenção foi a questão das diferenças dos sujeitos. Na Escola Normal a maioria deles origina da classe média baixa e possui um nível educacional mais baixo, enquanto os sujeitos da UFS participam de classe econômica e nível educacional mais elevados, completa.

Formação deficiente

Apesar de os resultados, em geral, não demonstrarem uma discriminação das crianças, observou-se que os futuros professores têm uma formação inadequada acerca de questões étnicas e raciais, o que acaba influenciando o modo como eles se portam em sala de aula.

A pesquisadora Carla aponta a ausência de disciplinas a respeito de assuntos como preconceito e discriminação, e a escassez de material didático que demonstre o papel dos negros na história, como justificativas às atitudes dos estudantes da área pedagógica.

Segundo ela, os livros didáticos são muitas vezes mal formulados e os professores tendem a aplicá-los como verdade absoluta. Neles os negros são estereotipados e lembrados apenas por sua participação na história do Brasil, principalmente quando se fala em escravidão.

É justamente o comportamento do professor, ao assumir a figura de autoridade, que pode colaborar para a existência ou não do preconceito entre os alunos. Numa sala diversa, se o docente não tiver uma formação adequada para lidar com essas diferenças, pode levar consigo estereótipos e tratar as crianças de forma diferente. Mesmo que se apresente de forma sutil, elas percebem o preconceito e podem se sentir inferiores em relação às demais, lembra.

Velado ou declarado o preconceito impede a criança de criar as suas próprias estratégias de defesa e consequentemente mina sua identidade. A rejeição leva a uma sensibilidade emocional que as impede de se concentrar nas suas atividades, e isso pode ter repercussão no seu desempenho escolar, diz a professora Dalila.

Diógenes de Souza (estagiário) e Luiz Amaro

Agência UFS de Divulgação Científica


http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=2752009655222298

quinta-feira, 21 de maio de 2009

IBGE: Continua desigualdade salarial entre negros e brancos

“As estatísticas não mentem”. Essa foi a declaração do deputado Eduardo Valverde (PT/RO), ao analisar os dados divulgados nesta terça-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que ainda há uma grande desigualdade salarial entre negros e brancos.

A pesquisa feita com um comparativo de março de 2003 a março deste ano, observou que em questões de ocupação, escolaridade e rendimento, a renda média real dos negros e pardos foi de R$ 690,3 para R$ 847,7, enquanto que a dos brancos foi de R$ 1.443,3 para R$ 1.663,9.

Ainda segundo o IBGE, houve um aumento também na empregabilidade de brancos em detrimento a de negros, 53,9% e 45,3%, respectivamente.

Para mudar essa realidade, Valverde reforçou a necessidade de implementar políticas públicas eficientes que modifiquem essas estatísticas. Uma forma citou o parlamentar é investir em profissionalização e garantir a participação de negros em universidades, mediante as cotas.

O Parlamentar que é membro da Frente em Defesa da Igualdade Racial tem lutado pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/05).

O projeto proíbe entre outras coisas, a exigência de boa aparência para candidatos a empregos e de fotos em currículos, o que se caracteriza como discriminação, além de fixar cotas na educação destinadas a alunos de escolas públicas, em proporção no mínimo igual ao percentual de pretos e pardos na população do estado onde está instalada a instituição de ensino.

Currículos Escolares_ Valverde também é autor do PL 5361/05, que insere nos currículos escolares do ensino fundamental conhecimento sobre a língua, costumes e a cultura dos indígenas, quilombolas, ciganos, como forma de combater o racismo e intolerância étnica.

“A efetiva democracia racial no Brasil constrói-se mediante a educação de nossos jovens nos conhecimentos dos usos, costumes e tradições de nossos povos tradicionais e minorias raciais contribuem para o combate ao racismo e todas as formas de discriminação, contribuindo para a tolerância e a convivência pacífica entre os diversos grupamentos sociais brasileiros”, concluiu.

http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=22780

quinta-feira, 14 de maio de 2009

video sobre questões étnico-raciais

Contribuição da colega Nara Oliveira

http://www.band.com.br/canallivre/videos.
asp

Ministério da Educação lançou plano nacional nesta quarta-feira. Objetivo é implementar lei que obriga ensino de história da África.

'Não vou dar dinheiro para município rico', diz secretário da Diversidade

Ministério da Educação lançou plano nacional nesta quarta-feira.
Objetivo é implementar lei que obriga ensino de história da África.

Fernanda Calgaro Do G1, em São Paulo


Na tentativa de fazer com que municípios e estados implementem de fato a lei que torna obrigatório o ensino de história e cultura africanas nas escolas, o Ministério da Educação lançou nesta quarta-feira (13) um plano nacional. Uma das metas é capacitar professores para que o tema seja tratado em sala de aula, além de subsidiar projetos na área. No entanto, o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro, afirma que só "colocará dinheiro em município pobre". Para os ricos, pretende dar somente apoio técnico. Leia a seguir trechos da entrevista.


G1 - Por que a lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de história da África não pegou?

André Lázaro - Não é verdade que a lei não pegou. Mais de 30% de professores e diretores já fizeram curso sobre como tratar a questão étnico-racial em sala de aula. Se contarmos que no Brasil há 1,5 milhão de profissionais com funções docentes, 30% é muita gente, dá mais ou menos 500 mil pessoas. Então, não é verdade que a lei não pegou, mas é verdade que lei não se universalizou. Um problema talvez mais grave é que, nas faculdades de pedagogia e licenciaturas, que formam professores, não vemos esse compromisso de implementar a lei.


G1 - O que o plano nacional, lançado nesta quarta, estabelece?

Lázaro - O plano traz as responsabilidades para cada ator da educação, como o governo federal, os conselhos estaduais de educação, as escolas e as instituições de ensino superior. Isso ajuda a dar ao gestor público a nitidez das suas responsabilidades e atribuições. Além desse papel, o plano vem fortalecer uma coisa que o MEC vem fazendo, que é a rede de educação para a diversidade, com a oferta cursos de especialização à distância em várias áreas, inclusive na temática étnico-racial, em uma parceria com universidades.


G1 - Haverá uma verba extra para os municípios que aderirem ao plano?

Lázaro - Se a rede incluir seus professores no curso, o curso é de graça. E, em vez de dar o dinheiro para a rede, nós estamos assumindo o ônus de fazê-lo. Então, ela não tem custo de formação. Nesse sentido, é uma verba. Mas não é verdade que haverá uma verba extra porque não vamos dar o dinheiro, vamos dar o serviço. Mas isso não impede que alguma secretaria estadual ou municipal que tenha um projeto de qualidade na área receba apoio.

G1 - Como isso irá acontecer?

Lázaro - O MEC está trabalhando de um jeito que me deixa muito feliz como começou a trabalhar no segundo mandato [do Lula]. A gente não tem mais balcão. Ou seja, não chega um cara com um projeto e pede apoio. Não tem isso mais. Existe um instrumento diagnóstico de rede de ensino, um para os municípios e outro para os estados. E tem uma questão relativa à lei 10.639, em que a rede deve avaliar como está trabalhando a lei. Há quatro níveis de resposta: se está trabalhando em toda a rede, em boa parte dela, apenas uma parte ou não está trabalhando. Todos os estados e municípios que estão na condição 1 e 2, isto é, que não estão fazendo um trabalho de modo como deve ser feito, vamos apoiar. Agora, não vou colocar dinheiro em município rico. Eu vou colocar dinheiro em município pobre. Para o município rico, dou apoio técnico, curso de formação para os gestores, que é gratuito para todo mundo, rico ou pobre. No momento, não sei dizer quantos municípios estão nos níveis 1 e 2.

G1 - Como funciona essa ferramenta?

Lázaro - É esse diagnóstico que gera o financiamento do MEC. Se o estado ou município faz uma avaliação para fazer bonito na foto, recebe menos apoio. Então, não tem razão para falsear o dado. Ao contrário, teria razão para falsear para menos.


G1 - Como o sr. avalia o papel do negro hoje na sociedade?
Lázaro - A população negra, que envolve pardo e preto, já é maior cerca de 1% do que a branca. Mas, quando se olha para a sociedade, isso não se reflete na estrutura da sociedade, com relação a acesso a direitos, como a educação. Ao contrário, em todos os itens de análise da política social brasileira, os negros estão em desvantagem, são mais pobres, têm menos educação etc. Segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação sobre a lei, que é brilhante, isso decorre de uma estrutura da sociedade brasileira que ainda não se libertou das dimensões que a escravidão impôs no nosso imaginário. Quando se fala do negro, não se fala daquilo que os escravos negros trouxeram ao Brasil como contribuição cultural. Todos nós, brancos e negros, precisamos nos reeducar. Então, estamos fazendo com que estados e municípios, primeiro, acordem para a necessidade de cumprir a lei, segundo, avaliem se a estão cumprindo e, terceiro, demandem apoio do MEC.

Notícia no sitio original

MEC lança plano para implantar lei que obriga o ensino de história da África

MEC lança plano para implantar lei que obriga o ensino de história da África

Plano é uma reação à falta de interesse de municípios e estados.
Instituto irá reunir dados sobre políticas afirmativas.



O Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Políticas de Promoção para a Igualdade Racial (Seppir) lançaram nesta quarta-feira, 13, um plano nacional para que estados e municípios implementem uma lei de 2003 que torna obrigatório o ensino de cultura e história afro-brasileira nos sistemas de ensino.



O objetivo do plano é colaborar para que todo o sistema de ensino e as instituições educacionais cumpram as determinações legais adotem a lei nas suas redes numa forma de combater o preconceito e a discriminação.



Professores dos Estados e municípios que aderirem ao plano receberão capacitação do MEC. A lei não exige a criação de disciplinas específicas sobre o tema, mas o assunto terá de ser incorporado em livros didáticos e nas aulas de história e geografia, por exemplo.



Seis eixos foram propostos para a implementação da lei nº 10.639/03: fortalecimento do marco legal; política de formação para gestores e profissionais de educação; política de material didático e paradidático; gestão democrática e mecanismos de participação social; avaliação e monitoramento e condições institucionais.

Instituto

Também será criado um centro nacional de pesquisa para reunir informações sobre o andamento das políticas de ação afirmativa no Brasil e na América Latina. A instituição realizará mapeamento, avaliação e interpretação das políticas de inclusão social, étnica e racial no ensino superior e seus impactos na sociedade brasileira.

São quatro as linhas de pesquisa do instituto: modelos de implantação e impacto das cotas sociais e étnico–raciais nas universidades; educação superior indígena e interculturalidade; direitos humanos, legislação brasileira e disputa jurídica; relações étnicas e raciais configuração nacional.

Será formado um banco de dados sobre os egressos de ação afirmativa com enfoque racial. A ideia é acompanhar a trajetória desses novos profissionais no mundo do trabalho.

Ver notícia no site de origem

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Estudo do MEC que compara notas de brancos e negros causa polêmica

Estudo do MEC que compara notas de brancos e negros causa polêmica

O estudo do Ministério da Educação que compara o desempenho de alunos brancos e negros na Prova Brasil é motivo de polêmica entre especialistas de diferentes áreas e correntes ideológicas.

De um lado, há quem questione a sua validade e qualidade técnica, enquanto outros apontam a discriminação racial, sutil e mesmo inconsciente, como responsável pelo pior resultado de pretos e pardos.

Os especialistas que entrevistei só concordaram num ponto: não é possível afirmar que qualquer grupo étnico seja mais ou menos inteligente do que outro.

A presidente da Sociedade Brasileira de Genética, Mara Helena Hutz, diz que não há diferença de inteligência entre grupos étnicos.

— Essa questão de raça, do ponto de vista biológico, não existe e não tem nenhuma influência (na inteligência ou no rendimento escolar).

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, reagiu com desconfiança. Segundo ele, alunos de mesmo nível socioeconômico e com acesso a oportunidades iguais deveriam ter desempenho semelhante:

— Acho que essa pesquisa deveria ser refeita, com mais variáveis. Meu filho estuda numa escola particular no Rio de Janeiro e o rendimento dele está dentro da média da escola.

Para a socióloga Maria Ligia Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a discriminação racial dentro e fora da escola prejudica a aprendizagem. O problema central, segundo ela, está na expectativa que os próprios pais nutrem em relação aos filhos.

Maria Ligia pesquisou o assunto em escolas do Rio e diz que ficou chocada. Ela conta que, em lares igualmente pobres e com filhos na mesma faixa de rendimento escolar, as famílias negras demonstraram ter menor expectativa do que as brancas quanto ao futuro profissional dos jovens.

— As mães negras acham que os filhos vão chegar no máximo ao 2.º grau e as mães brancas acham que eles chegarão à universidade. Elas não estão desvalorizando seus filhos, mas fazendo uma avaliação correta do modo como funciona a sociedade brasileira. Mesmo que todo mundo se declare não racista, na prática o país funciona de uma forma que as pessoas são racistas, sim — diz Maria Lígia.

Em sentido oposto, a antropóloga Yvonne Maggie, também da UFRJ, critica o estudo. Ela argumenta que variáveis potencialmente importantes foram deixadas de fora, como a qualidade do ensino a que os pais tiveram acesso, a renda familiar e o número de filhos.

— Pesquisas desse tipo prestam um desserviço. Não dá para inferir nada. Mesmo que esses dados fossem verdadeiros, não são demonstração de racismo. O que podem é reforçar preconceitos.

Yvonne também pesquisa a realidade das escolas no Rio. Segundo ela, a principal queixa em termos de discriminação diz respeito à perseguição a estudantes que são ou parecem ser homossexuais.

Em termos de desempenho escolar, segundo ela, a diferença mais significativa é de gênero, isto é, meninas costumam tirar notas mais altas do que meninos:

— O fator raça ou cor do estudante tem muito pouca relevância na definição do desempenho. Continuo achando que os pretos e pardos, nas mesmas escolas desses alunos brancos, são de famílias mais pobres.

Não é o que pensa o economista Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para ele, o racismo permeia a sociedade brasileira e afeta o relacionamento entre alunos e professores.

— De modos sutis, os professores têm expectativas mais altas para os meninos brancos e baixas para os negros. E aí os meninos começam a cumprir essas expectativas — diz Sergei.

O consultor no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Célio da Cunha, segue a mesma linha:

— O Brasil tem uma herança escravista muito grande. O lado emocional é pouco levado em conta, mas está entre os fatores que podem ajudar ou obstruir a aprendizagem.

O consultor da Fundação Cesgranrio e especialista em avaliações Ruben Klein diz que estudantes pretos costumam tirar notas mais baixas do que brancos, mas a regra não vale para pardos. Klein diz que é preciso cautela:

— O ideal seria ter mais variáveis. Tem que tomar cuidado com as as conclusões.

O economista André Urani, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), teme que o resultado enseje leituras racistas:

— Pode descambar para uma discussão perigosa e aparecer alguém para dizer que finalmente se provou que os brancos são mais inteligentes.

O diretor-executivo da Educafro, entidade que oferece cursos pré-vestibulares para negros, frei David dos Santos, elogia a iniciativa do MEC de produzir dados sobre as desigualdades raciais:

— Parece que tem um setor da sociedade branca que não quer que os negros saibam que estão excluídos.
http://oglobo.globo.com/blogs/educacao/posts/2009/05/12/estudo-do-mec-que-compara-notas-de-brancos-negros-causa-polemica-185413.asp

domingo, 3 de maio de 2009

Professor da UFRGS é condenado a pagar multa por racismo

Professor da UFRGS é condenado a pagar multa por racismo

MPF denunciou o docente por comentários racistas feitos em aula. Ele pode recorrer da decisão

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) condenou na terça-feira um professor da faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a pagar multa civil por ato de racismo. O professor foi denunciado em ação civil pública pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter feito em aula comentários racistas.

Conforme a denúncia do MPF, o acusado teria dito durante o primeiro dia de aula da disciplina "Leguminosas de Grãos Alimentícios", em março de 2000, as frases: "os negrinhos da favela só tinham os dentes brancos porque a água que bebiam possuía fluor" e "soja é que nem negro, uma vez que nasce é difícil de matar".

À época, foi aberta uma comissão de sindicância na faculdade, que concluiu que não havia uma conotação racista nas afirmativas do professor e que este tinha "o intuito de criar um ambiente mais descontraído no primeiro dia de aula", e ainda, que teria feito uso de expressões informais usuais no meio rural relacionadas à raça negra.

O MPF então ajuizou a ação, julgada pela 6ª Vara Federal de Porto Alegre, que foi considerada improcedente. A Procuradoria recorreu ao tribunal alegando que houve ação discriminatória e racista e que esta teria provocado constrangimento e indignação em todos os presentes e principalmente no único aluno negro presente.

O acusado defendeu-se alegando ter dito as frases sem intenção pejorativa e que valera-se de ditado corrente na zona rural, costumeiro em agricultores de origem italiana, que teria um conteúdo positivo, relativo ao vigor da raça negra. Entretanto, conforme alunos que testemunharam o fato, ele teria se retratado ao final da aula e em aulas posteriores tentado intimidar o aluno ofendido.

O relator do processo, juiz federal Roger Raupp Rios, convocado para atuar na corte, entendeu que "é inequívoca a violação dos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade". Segundo o magistrado, um professor com o grau de intelectualidade do réu não teria como ignorar o conteúdo racista nas expressões utilizadas.

O professor foi condenado a pagar multa civil no valor de uma remuneração mensal do seu cargo universitário, que será destinada ao fundo da ação civil pública, incluídas todas as vantagens e adicionais que recebia quando ocorreu o fato. Ele poderá recorrer da decisão junto ao Superiro Tribunal de Justiça.

A Justiça do RS preferiu não revelar o nome do professor.

As informações são da assessoria de imprensa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&channel=13&tipo=1&section=Geral&newsID=a2492975.xml

domingo, 26 de abril de 2009

TRABALHO ESCOLAR INCLUI E VALORIZA


CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2009


Na aldeia caingangue da Parada 25, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, a escola desenvolveu diversas atividades alusivas ao Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. Franciele, de 11 anos, ingressou na instituição aos 9 anos e gosta de estudar. Já Josiane, 8 anos, prefere trabalhos manuais, como a confecção de cestos, mas também revela gosto pelos estudos.O professor Zaqueu Claudino explica que o local é ponto de referência para a comunidade e oportunidade de contato com outras culturas. 'É um espaço para o aprendizado da cultura, da língua e da arte', relatou. A escola possui 42 alunos com idades entre 4 e 15 anos. Eles têm ainda aula de língua indígena, língua portuguesa e matérias como História e Ciência. Ele observa que, a partir da 3ª série do Ensino Fundamental, o estudante começa a ter mais contato com o currículo regular, para prepará-lo para o Ensino Médio. Com orgulho, Claudino conta que a aldeia, onde moram 37 famílias, já possui cinco universitários. 'Precisamos mostrar para a sociedade que somos capazes. Trabalhamos em sala de aula com a valorização do povo indígena', informou.

RS possui 53 escolas indígenas e 5.454 alunos índios

CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2009

RS possui 53 escolas indígenas e 5.454 alunos índios

A preocupação com valores e cultura indígena é o principal foco pedagógico da Secretaria Estadual da Educação (SEC) junto às escolas em aldeias. O RS possui hoje 53 escolas indígenas (50 estaduais e três municipais – sendo uma em Engenho Velho e duas em Três Palmeiras). Ao todo, 5.454 índios estão na escola, envolvendo 310 professores. A responsável pela Educação Escolar Indígena da SEC, Jeni Reck, revela que as escolas de Ensino Fundamental foram construídas dentro das próprias aldeias e os professores são, preferencialmente, indígenas. 'Especialmente nas séries iniciais, a proposta é manter docentes índios, justamente para que possam trabalhar com a cultura deles.' A primeira língua falada é o guarani, mas o português também é aprendido. 'Trabalhamos a cultura e a tradição, e o cacique também participa das aulas passando ensinamentos.'Os indígenas ainda aprendem os conteúdos do currículo regular, como operações matemáticas e corpo humano, de forma contextualizada. Na sua avaliação, a escola tem grande aceitação e é o centro da comunidade. Jeni admite casos de repetência e afirma não ter problemas com disciplina. As escolas estaduais indígenas são apenas de Ensino Fundamental e, a partir do Ensino Médio, os escolares se inserem na rede regular. 'Alguns se adaptam e outros desistem. Está em estudo na SEC que o Ensino Médio também passe a ser lecionado nas aldeias.'A SEC informa capacitar docentes indígenas; e oferecer merenda escolar com cardápios elaborados junto com a comunidade indígena.

Cultura indígena integra currículos




CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2009

TAÍS DIHL

Cada vez mais, a história e o legado dos povos indígenas passam a integrar o currículo escolar. Na rede municipal da Capital, desde o ano passado, professores têm formação para que possam integrar o tema às suas disciplinas. Segundo a coordenadora da Assessoria de Relações Étnicas da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Adriana Santos, a lei 11.645/2008 prevê a inclusão da história e da cultura indígena nas escolas regulares. 'Mas já vínhamos fazendo esse trabalho informalmente e, desde o ano passado, intensificamos essa ação.'Adriana explica que a Smed trabalha com o conceito de relacionamento entre as raças, numa lógica de sensibilização e percepção da importância da cultura desses povos. Com a formação docente, a temática começa a ser incluída na grade curricular. 'É fundamental trabalhar o tema não apenas em datas comemorativas, como o Dia do Índio, mas ao longo do ano', assinalou.Adriana revela que a rede ainda abriga estudantes descendentes de indígenas. 'E o nosso trabalho é fazer com que professores entendam porque os hábitos e os costumes dessas pessoas são tão diferentes.'Entre 2007 e 2008, a Smed abrigou dois estudantes charruas, 'que falavam português, mas eram muito tímidos. Como tinham sotaque, foi preciso um trabalho para que o próprio professor entendesse os hábitos do povo'. De acordo com Adriana, em geral, os indígenas apresentam dificuldade em se adaptar, e há problema na compreensão de suas ações. Pedir emprestado uma borracha e não devolver, por exemplo, deve considerar que na cultura indígena tudo é da comunidade. Por isso, ressalta o trabalho demorado.

FOTOS ALEXANDRE MENDEZ
Nas aldeias, crianças estudam e desenvolvem trabalhos e costumes próprios de seu povo

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Conferência Municipal de Educação Indígena - Manaus



Educação Indígena
15/04/2009 17:32
Conferência propõe melhoria





http://www.pmm.am.gov.br/noticias/manchete/educacao-indigena

Foto: Altemar Alcantara / SEMCOM



Revitalizar a língua materna, saberes e tradição dos povos, contribuir na formação do cidadão fortalecendo a participação da comunidade e o exercício da cidadania no controle e na aplicação dos recursos públicos além da formação inicial e continuada do professores indígenas foram algumas das propostas apresentadas nesta quarta-feira, 15, pelos professores, pedagogos e alunos de várias etnias das zonas rural e urbana de Manaus durante o encerramento da 1ª Conferência Municipal de Educação Indígena, que foi realizada no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
As propostas apresentadas pelos Grupos de Trabalho no evento irão fazer parte de um documento que será apresentado na Conferência Regional, a ser realizada de 18 a 21 de maio em Manaus, e serão encaminhadas à Conferência Nacional, que vai acontecer em Brasília/DF em 2010.
No primeiro dia da Conferência Municipal, dia 14, foram formados os eixos temáticos e posteriormente constituídos cinco grupos de trabalho que desenvolveram os seguintes temas: Educação Escolar, Territorialidade e Autonomia dos Povos Indígenas, Práticas Pedagógicas Indígenas, Participação e Controle Social, Políticas, Gestão e Financiamento da Educação Escolar Indígena e Diretrizes para Educação Escolar indígena. Cada tema trabalhado contou com três perguntas básicas que foram respondidas pelos 12 integrantes de cada grupo como: Porque queremos a Escola Indígena? O que conquistamos? O que temos hoje? O que precisamos para avançar?
Dentre as propostas apresentadas na conferência estão: Revitalizar a língua materna, saberes e tradição dos povos; contribuir na formação do cidadão, fortalecendo a participação da comunidade e o exercício da cidadania no controle e na aplicação dos recursos públicos; formação inicial e continuada do professor indígena; dinâmicas didático-pedagógicas que respeitem a cultura do povo; currículo próprio para as escolas indígenas; continuação dos conhecimentos dos antepassados; ensinamento das práticas da cultura materna, entre outros temas relacionados.
Foram discutidos também os avanços conquistados na Educação Escolar Indígena pela Semed como: O Núcleo de Educação Indígena e a contratação de professores; Valorização da cultura indígena e reconhecimento dos direitos indígenas; Revitalização da língua e da cultura indígena, entre outros.
Atualmente a Semed conta com nove educadores que trabalham com a Educação Indígena Escolar no município. O coordenador dos educadores é Raimundo Cruz da Silva, que está convencido das melhorias que surgirão para a área. “Nós debatemos o que podemos avançar na educação indígena. Nossa pretensão é no futuro termos professores e escolas indígenas com uma educação específica no município de Manaus”, contou.
A Semed na trabalha na zona rural com escolas municipais localizadas no rio Negro, na boca do rio Cuieiras. São aproximadamente 300 alunos das etnias Cambebá, Dessana, Baré, Baniwa e Kokama.
Para o representante da etnia kKmbeba na Escola Municipal Três Unidos, Valdemir da Silva, 50, (cacique Triucuchury Taxira), o evento foi importantíssimo para as mudanças do povo indígena. “É um avanço que desejamos tanto de ter uma escola diferenciada para nosso povo e ter o professor para revitalizar o que perdemos ao longo do tempo e isso nós vamos conseguir tendo uma pessoa própria da etnia”, completou.
Segundo a representante da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio negro – AMARN, Jucimeire Trindade Serra da etnia Wanano, as proposta apresentadas no evento servirão para melhorar a educação que é praticada hoje com os indígenas. “Tudo isso é fundamental para todas as comunidades aqui de Manaus e as outras localizadas no rio Negro. Nós precisamos ter um educador suplente e a merenda escolar que é necessária para os nossos alunos que vão à escola para adquirir mais conhecimentos”, concluiu.


Informações: Assessoria de Comunicação
Secretaria Municipal de Educação
Telefone: 3643-6908

Sugestão de site

Encontrei este site navegando na internet. Achei muito interessante e gostaria de compartilhar com vocês!

http://pib.socioambiental.org/

segunda-feira, 13 de abril de 2009

sugestão de filme

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

(ENTRE LES MURS, FRA, 2007).

De Laurent Cantet. Com François Bégaudeau. Baseado em livro homônimo de François Bégaudeau, em que relata sua experiência como professor de francês em uma escola de ensino médio na periferia parisiense, lugar de mistura étnica e social, um microcosmo da França contemporânea. Drama. 128 min. 12 anos.

Cota para negros perde força na Comissão de Constituição e Justiça

Cota para negros perde força na Comissão de Constituição e Justiça

13/04/2009 - 07:31 - Congresso em Foco

Os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tentam esta semana chegar a um acordo para aprovar o projeto de lei que estabelece 50% de cotas nas universidades federais para estudantes de escolas públicas. Ainda falta consenso, mas a proposta de reservar parte das vagas para negros perde força entre os integrantes da comissão, onde o projeto tramita em caráter terminativo.

A relatora da proposta, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), afirma que não vai retirar do seu parecer final o critério racial das cotas. Mas, se depender do presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), e de um grupo ligado a ele, o projeto só será aprovado sem a reserva de vagas estabelecidas por critério étnico.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/04/13/cota+para+negros+perde+forca+na+ccj+5492001.html


Para saber mais sobre o assunto......

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=89504&codAplicativo=2


quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cartilha voltada para Educação Indígena

18/02/2009 - 11h15
Unicef lança no PA cartilha voltada para o ensino fundamental indígena

da Agência Brasil

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lança nesta quarta-feira a primeira cartilha bilingue da etnia Tembé, durante a realização do Fórum de Secretários Municipais de Educação, no Hangar, em Belém (PA). A cartilha é voltada para o ensino fundamental indígena.
Na ocasião, a Secretaria de Educação do Pará anuncia a construção, ainda neste ano, de 17 escolas indígenas de ensino médio. Três delas serão na Terra Indígena Turé Mariquita, em Tome-Açu, nas aldeias Tembés de Caramiri, Cuxiumiri e Aldeia Nova, que vão atender 88 alunos.
Tembé Ténêtéhar (índio) é o nome da cartilha. Em pouco mais de 140 páginas são contadas histórias, é descrito o alfabeto fonético com base na língua Tupi e o alfabeto tendo como referência o tupi guarani. A cartilha também propõe atividades pedagógicas para o desenvolvimento da escrita em português e no tupi.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u505855.shtml

terça-feira, 31 de março de 2009

Estudo mostra que cotas para negros não têm o mesmo efeito em todos os cursos

NotíciaÚltimo Segundo

Estudo mostra que cotas para negros não têm o mesmo efeito em todos os cursos

Agencia Brasil Logo
14/12 - 20:36
Agência Brasil

Este artigo segue as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

BRASÍLIA - Enquanto em cursos como desenho industrial, história, engenharia mecatrônica e enfermagem não haveria nenhum ou um percentual muito pequeno de alunos negros se não houvesse o sistema de cotas, uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) mostra que em outros, como medicina e psicologia, a reserva de vagas teria pouca influência no número de negros matriculados.

No estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, a pedagoga Claudete Batista Cardoso simulou quais as chances de ingresso que alunos negros teriam na universidade e percebeu que em alguns cursos as cotas não seriam necessárias. Um exemplo é o curso de medicina. “Os alunos que entram para medicina teriam entrado de qualquer forma, muitos deles”, disse a pedagoga.

Em geral, a reserva de vagas têm menor impacto nos cursos menos prestigiados. Na área de humanidades, por exemplo, sem as cotas, estima-se que aproximadamente 13% das vagas já seriam preenchidas por negros. Entre os cursos considerados de alto prestígio, esse percentual é de pouco mais de 3%. Na UnB, o sistema de cotas reserva 20% das vagas para estudantes afrodescendentes.

Na área de ciências exatas, o percentual estimado de alunos negros nos cursos de baixo prestígio, sem o sistema das cotas, seria de 9,5%, contra 5,7% entre os cursos de maior prestígio.

Já nos cursos de saúde a lógica se inverte. O percentual de negros que conseguiriam uma vaga independentemente da reserva de 20% é maior nos cursos mais prestigiados (13,9%) do que nos de menor prestígio (5,9%).

De acordo com Claudete Cardoso, esses dados derrubam a tese de que as cotas aumentaram o número de negros em medicina, por exemplo. “É bom para desmistificar, é bom para mostrar para a universidade em quais pontos tinha o gargalo, o impedimento de negros entrarem no curso”, disse.

A pedagoga também acredita que essas conclusões podem ajudar a universidade a planejar suas ações, para que a instituição saiba como focar os trabalhos a fim de garantir a permanência dos alunos em alguns cursos. “Não vamos nos preocupar tanto quando eles [cotistas] entrarem na universidade em alguns cursos, mas nas engenharias é necessário haver uma ação em cima desses alunos que entram por cotas, se não eles não acompanham os outros alunos e não vão ter uma qualidade do curso tão boa”, concluiu.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Boas Vindas

Alunas e alunos do Pólo Gravataí, este é o blog em que vamos postar notícias sobre questões étnico raciais, especialmente aquelas que envolvem o ambiente escolar. Conforme conversamos em aula, este blog é para ser lido como um jornal de notícias sobre questões étnico raciais. Os monitores Renato e Janaína vão postar periodicamente notícias. Ficaremos felizes se vocês postarem também notícias e relatos acerca de questões que envolvem raça e etnia no ambiente escolar. Bom trabalho para todos e todas.

Abertura

Este Blog foi criado para auxiliar na disciplina Questões Étnico-Raciais: Sociologia e História do curso PEAD/UFRGS