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domingo, 26 de abril de 2009

TRABALHO ESCOLAR INCLUI E VALORIZA


CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2009


Na aldeia caingangue da Parada 25, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, a escola desenvolveu diversas atividades alusivas ao Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. Franciele, de 11 anos, ingressou na instituição aos 9 anos e gosta de estudar. Já Josiane, 8 anos, prefere trabalhos manuais, como a confecção de cestos, mas também revela gosto pelos estudos.O professor Zaqueu Claudino explica que o local é ponto de referência para a comunidade e oportunidade de contato com outras culturas. 'É um espaço para o aprendizado da cultura, da língua e da arte', relatou. A escola possui 42 alunos com idades entre 4 e 15 anos. Eles têm ainda aula de língua indígena, língua portuguesa e matérias como História e Ciência. Ele observa que, a partir da 3ª série do Ensino Fundamental, o estudante começa a ter mais contato com o currículo regular, para prepará-lo para o Ensino Médio. Com orgulho, Claudino conta que a aldeia, onde moram 37 famílias, já possui cinco universitários. 'Precisamos mostrar para a sociedade que somos capazes. Trabalhamos em sala de aula com a valorização do povo indígena', informou.

Cultura indígena integra currículos




CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2009

TAÍS DIHL

Cada vez mais, a história e o legado dos povos indígenas passam a integrar o currículo escolar. Na rede municipal da Capital, desde o ano passado, professores têm formação para que possam integrar o tema às suas disciplinas. Segundo a coordenadora da Assessoria de Relações Étnicas da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Adriana Santos, a lei 11.645/2008 prevê a inclusão da história e da cultura indígena nas escolas regulares. 'Mas já vínhamos fazendo esse trabalho informalmente e, desde o ano passado, intensificamos essa ação.'Adriana explica que a Smed trabalha com o conceito de relacionamento entre as raças, numa lógica de sensibilização e percepção da importância da cultura desses povos. Com a formação docente, a temática começa a ser incluída na grade curricular. 'É fundamental trabalhar o tema não apenas em datas comemorativas, como o Dia do Índio, mas ao longo do ano', assinalou.Adriana revela que a rede ainda abriga estudantes descendentes de indígenas. 'E o nosso trabalho é fazer com que professores entendam porque os hábitos e os costumes dessas pessoas são tão diferentes.'Entre 2007 e 2008, a Smed abrigou dois estudantes charruas, 'que falavam português, mas eram muito tímidos. Como tinham sotaque, foi preciso um trabalho para que o próprio professor entendesse os hábitos do povo'. De acordo com Adriana, em geral, os indígenas apresentam dificuldade em se adaptar, e há problema na compreensão de suas ações. Pedir emprestado uma borracha e não devolver, por exemplo, deve considerar que na cultura indígena tudo é da comunidade. Por isso, ressalta o trabalho demorado.

FOTOS ALEXANDRE MENDEZ
Nas aldeias, crianças estudam e desenvolvem trabalhos e costumes próprios de seu povo