quinta-feira, 18 de junho de 2009

Preconceito piora o desempenho na escola

18 de junho de 2009 | N° 16004AlertaVoltar para a edição de hoje

EDUCAÇÃO

Estudo feito na rede pública a pedido do MEC mostrou que uma das experiências mais nocivas é o bullying

Alunos zombando de outros alunos, de professores ou de funcionários do local onde estudam é, mais do que brincadeira de mau gosto, sinal de pior rendimento escolar. Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Ministério da Educação (MEC) demonstrou que, quanto mais preconceito e práticas discriminatórias existem em uma escola pública, pior é o desempenho de seus estudantes.

Entre as experiências mais nocivas vividas por esses jovens está o bullying, que é a humilhação perante colegas por motivo de preconceito.

Para chegar a essa associação entre o grau de intolerância e o desempenho escolar, o estudo considerou os resultados obtidos por alunos na Prova Brasil de 2007, exame de habilidades em português e matemática realizado por quem cursa da 4ª à 8ª série do Ensino Fundamental da rede pública. A conclusão foi que as escolas com notas mais baixas registraram maior nível de aversão ao que é diferente. O MEC não informou que medidas pretende tomar a respeito dessa constatação.

As consequências são mais graves quando as vítimas de zombaria são os professores.

– A conjectura que podemos fazer é que o bullying gera um ambiente que não é propício ao aprendizado – afirma o economista José Afonso Mazzon, coordenador da pesquisa.

Levantamento aponta impacto da religião

De acordo com o estudo, as vítimas mais frequentes de bullying são, respectivamente, negros, pobres e homossexuais.

– O indivíduo que nasce negro, pobre e homossexual está com um carimbo muito sério pela vida toda – diz Mazzon, para quem o preconceito vem de fora da escola, normalmente da própria família.

Foram entrevistadas 18,5 mil pessoas entre alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas de todo o Brasil. Entre os estudantes, participaram da pesquisa os que cursam a 7ª ou 8ª série do Ensino Fundamental, o 3º ano do Ensino Médio e o antigo supletivo, o EJA (Educação para Jovens e Adultos). Do total de estudantes, 70% têm menos de 20 anos.

O estudo mostrou ainda que alunos com forte participação religiosa tendem a ser mais preconceituosos, principalmente em relação a homossexuais. A maioria dos estudantes que participaram do estudo é católica (65%). Evangélicos são o segundo maior grupo (31,2%).

Outra constatação foi que os veículos de comunicação – rádios, TV, jornais e revistas – servem como ferramenta de combate ao preconceito. Pessoas que têm mais contato com a mídia demonstraram maior tolerância, diferença percebida principalmente em questões de gênero, deficiência, étnicas, raciais e de geração.

(http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2549340.xml&template=3898.dwt&edition=12539&section=1003)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pesquisa indica que há 99,3% de preconceito no ambiente escolar

Tamanho da Fonte Flávia Albuquerque Agencia Brasil

Pesquisa realizada em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que 99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial. O estudo, divulgado hoje (17), em São Paulo, e pioneiro no Brasil, foi realizado com o objetivo de dar subsídios para a criação de ações que transformem a escola em um ambiente de promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

De acordo com a pesquisa Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% têm preconceito étnico-racial, 93,5% de gênero, 91% de geração, 87,5% socioeconômico, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial.

Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado entre todos os atores. ?Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizada e preocupante?, disse.

Com relação à intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação à mulher. Com relação à geração (idade), 37,9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos. A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação à orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% étnico-racial e 20,65% territorial.

O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito com 98,9% das pessoas com algum nível de distância social, seguido pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%) e negros (90,9%).

De acordo com o diretor de Estudos e Acompanhamentos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação (MEC), Daniel Chimenez, o resultado desse estudo será analisado detalhadamente uma vez que o MEC já demonstrou preocupação com o tema e com a necessidade de melhorar o ambiente escolar e de ampliar ações de respeito à diversidade.

(http://www.maiscomunidade.com/conteudo/2008-05-19/brasil/10809/PESQUISA-INDICA-QUE-HA-993-DE-PRECONCEITO-NO-AMBIENTE-ESCOLAR.pnhtml)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pesquisa nacional da Fipe analisa preconceito e discriminação no ambiente escolar


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www.segs.com.br - Fonte ou Autoria é : Betânia Lins
15-Jun-2009
Estudo pioneiro realizado em 501 escolas públicas do país mostra que o preconceito e a discriminação estão presentes no ambiente escolar e podem estar associados a diferenças no ensino e no desempenho dos alunos.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará dia 17, quarta-feira, às 10h30, em entrevista coletiva na FEA-USP, os resultados da Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A coletiva será realizada na sala E-109, Prédio FEA 1, av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo (SP).

O estudo tem o propósito de fornecer informações relevantes para a elaboração de políticas e estratégias de ação que promovam a diversidade e a mitigação do preconceito, e da discriminação, nas escolas públicas brasileiras e, ao mesmo tempo, criem um ponto de partida para o aprofundamento dos estudos sobre preconceito e discriminação em suas diversas naturezas.

A pesquisa envolveu a análise dos preconceitos de natureza étnico-racial, socioeconômico, geracional, de gênero, territorial, de orientação sexual e o relacionado a pessoas com necessidades especiais. Foi também pesquisada a discriminação de diferentes grupos sociais, representados por negros, pobres, índios, ciganos, homossexuais, moradores de periferia, favelas e áreas rurais, pessoas com necessidades especiais de natureza física e mental, idosos e mulheres.

Segundo o professor José Afonso Mazzon, da FEA-USP, coordenador do trabalho, a pesquisa de campo foi realizada em 501 escolas públicas de todo o pais, nas quais foram entrevistadas de 18.500 pessoas (alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários).

Principais resultados

Durante coletiva de imprensa, serão apresentados dados e análises que revelam:

A abrangência, o alcance e a intensidade do preconceito, da discriminação e das práticas discriminatórias (bullying) no ambiente escolar;

Os grupos sociais mais afetados pelo preconceito e que mais sofrem com práticas discriminatórias;

A relação entre os diversos tipos de preconceito e discriminação;

A relação entre o preconceito e a discriminação latentes nas escolas e a ocorrência de práticas discriminatórias ofensivas no ambiente escolar;

A influência de características intrínsecas aos alunos e as características das escolas em relação às diferenças de preconceito e discriminação entre os alunos;

Como o preconceito, a discriminação e as práticas discriminatórias ofensivas no ambiente escolar estão relacionados com o desempenho dos alunos.

Local: Sala E-109, Prédio FEA 1, av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo (SP).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Educação no Brasil melhora, mas desigualdades ainda criam barreiras

UNICEF: Educação no Brasil melhora, mas desigualdades ainda criam barreiras










Por Redação Pantanal News/Leticia Sobreira

Educação no Brasil melhora, mas desigualdadesainda criam barreiras

Relatório do UNICEF revela que País precisatratar de maneira diferenciada as parcelas mais vulneráveis da populaçãopara que os avanços já alcançados beneficiem todas e cada uma das criançase adolescentes

Brasília, 9 de junho O Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF) divulgou nesta terça-feira o relatórioSituação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 O Direitode Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades, uma análisesobre o direito de aprender no Brasil realizada a partir das estatísticasmais recentes relacionadas ao tema.

O relatório conclui que o País obteve importantesavanços nos indicadores de acesso, aprendizagem, permanência e conclusãodo Ensino Básico. Na publicação, o UNICEF analisa as desigualdades educacionaisno Brasil especialmente as regionais, étnico-raciais e socioeconômicas,bem como as relacionadas à inclusão de crianças com deficiência. São essasdesigualdades que impedem que parcelas mais vulneráveis da população brasileiratenham garantido seu direito de aprender, sobretudo nas regiões do Semiárido,da Amazônia Legal e nas comunidades populares dos centros urbanos.

Para se ter uma ideia, 97,6% das criançase adolescentes entre 7 e 14 anos estão matriculados na escola, o que representacerca de 26 milhões de estudantes. Esses 2,4% podem parecer pouco, masrepresentam 680 mil crianças fora da escola. É mais do que a populaçãodo Suriname. E desse total de crianças fora da escola, 66% (450 mil) sãonegras. Da mesma forma, o percentual de crianças fora da escola na RegiãoNorte é duas vezes maior do que o mesmo percentual na Região Sudeste.

“O UNICEF reconhece e comemora os avanços,apontando a necessidade e assumindo o compromisso de apoiar e participarde ações que garantam a sustentabilidade e aprimoramento das políticase programas que lhes dão apoio. A capacidade demonstrada pelo País de melhoraresses indicadores é que nos permite afirmar que é possível sim universalizaro direito de aprender para todas e cada uma das crianças e adolescentesno Brasil”, afirma Marie-Pierre Poirier, Representante do UNICEF no País.

Marie-Pierre destaca ainda que, para queos avanços conquistados pelo País alcancem todas e cada uma das criançase adolescentes, são necessárias a criação e a implementação de políticaspúblicas que tenham como resultado a efetiva redução das desigualdadesem todas as suas dimensões. Ao mesmo tempo, considera fundamental a continuidadee o fortalecimento das articulações entre ações governamentais e sociaispara superação das barreiras existentes.

O relatório Situação da Infância e da AdolescênciaBrasileira 2009 está disponível na íntegra no site do UNICEF:
http://www.unicef.org/brazil

sábado, 30 de maio de 2009

Estudo analisa comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

Publicado em: 27/5/2009 06:03:27
Estudo analisa comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

A situação das crianças negras em sala de aula é desvantajosa, constatou pesquisa empreendida pela UFS com futuros professores. Eles apresentaram atitudes e comportamentos diferenciados em função da etnia dos alunos. A formação inadequada desses profissionais, porém, acaba influenciando a maneira como se colocam em sala de aula.

O estudo chegou à conclusão através das análises do julgamento que os professores fizeram em cima de redação escrita por um aluno do ensino fundamental e de um questionário com perguntas sobre temas étnicos, como preconceito e racismo. Para alguns professores, na redação estava anexada uma foto de uma criança negra e para outros, a de uma branca.

Duzentos e oito componentes da antiga Escola Normal e do curso de Letras da UFS participaram do trabalho. Num universo de zero a dez, os membros da Escola Normal atribuíram notas superiores à redação da criança branca face à negra: 7,8 contra 7,4. Já os alunos da UFS conferiram nota 7,1 para a negra e 7 para a branca. Apesar da diferença pequena em números, foram nos critérios estabelecidos nos questionários que o preconceito se expressou acentuadamente.

As teorias que estudam o preconceito e o racismo vão dizer que há uma tendência a avaliar pessoas brancas usando características de competência e critérios internos, enquanto quando se avalia as crianças negras usam-se critérios superficiais ou externos, explica a professora Dalila Xavier, do Departamento de Psicologia.

Houve uma tendência dos futuros professores para avaliar que o texto da criança branca era mais criativo e que ela possuía a idade adequada para produzir aquele conhecimento. Enquanto para a avaliação da criança negra consideraram o esforço para a construção do texto e a caligrafia.

Pretendemos continuar a pesquisa investigando o porquê da diferença das avaliações, diz a estudante Carla Jesus de Carvalho, que também atuou na pesquisa. O que mais chamou atenção foi a questão das diferenças dos sujeitos. Na Escola Normal a maioria deles origina da classe média baixa e possui um nível educacional mais baixo, enquanto os sujeitos da UFS participam de classe econômica e nível educacional mais elevados, completa.

Formação deficiente

Apesar de os resultados, em geral, não demonstrarem uma discriminação das crianças, observou-se que os futuros professores têm uma formação inadequada acerca de questões étnicas e raciais, o que acaba influenciando o modo como eles se portam em sala de aula.

A pesquisadora Carla aponta a ausência de disciplinas a respeito de assuntos como preconceito e discriminação, e a escassez de material didático que demonstre o papel dos negros na história, como justificativas às atitudes dos estudantes da área pedagógica.

Segundo ela, os livros didáticos são muitas vezes mal formulados e os professores tendem a aplicá-los como verdade absoluta. Neles os negros são estereotipados e lembrados apenas por sua participação na história do Brasil, principalmente quando se fala em escravidão.

É justamente o comportamento do professor, ao assumir a figura de autoridade, que pode colaborar para a existência ou não do preconceito entre os alunos. Numa sala diversa, se o docente não tiver uma formação adequada para lidar com essas diferenças, pode levar consigo estereótipos e tratar as crianças de forma diferente. Mesmo que se apresente de forma sutil, elas percebem o preconceito e podem se sentir inferiores em relação às demais, lembra.

Velado ou declarado o preconceito impede a criança de criar as suas próprias estratégias de defesa e consequentemente mina sua identidade. A rejeição leva a uma sensibilidade emocional que as impede de se concentrar nas suas atividades, e isso pode ter repercussão no seu desempenho escolar, diz a professora Dalila.

Diógenes de Souza (estagiário) e Luiz Amaro

Agência UFS de Divulgação Científica


http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=2752009655222298

quinta-feira, 21 de maio de 2009

IBGE: Continua desigualdade salarial entre negros e brancos

“As estatísticas não mentem”. Essa foi a declaração do deputado Eduardo Valverde (PT/RO), ao analisar os dados divulgados nesta terça-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que ainda há uma grande desigualdade salarial entre negros e brancos.

A pesquisa feita com um comparativo de março de 2003 a março deste ano, observou que em questões de ocupação, escolaridade e rendimento, a renda média real dos negros e pardos foi de R$ 690,3 para R$ 847,7, enquanto que a dos brancos foi de R$ 1.443,3 para R$ 1.663,9.

Ainda segundo o IBGE, houve um aumento também na empregabilidade de brancos em detrimento a de negros, 53,9% e 45,3%, respectivamente.

Para mudar essa realidade, Valverde reforçou a necessidade de implementar políticas públicas eficientes que modifiquem essas estatísticas. Uma forma citou o parlamentar é investir em profissionalização e garantir a participação de negros em universidades, mediante as cotas.

O Parlamentar que é membro da Frente em Defesa da Igualdade Racial tem lutado pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/05).

O projeto proíbe entre outras coisas, a exigência de boa aparência para candidatos a empregos e de fotos em currículos, o que se caracteriza como discriminação, além de fixar cotas na educação destinadas a alunos de escolas públicas, em proporção no mínimo igual ao percentual de pretos e pardos na população do estado onde está instalada a instituição de ensino.

Currículos Escolares_ Valverde também é autor do PL 5361/05, que insere nos currículos escolares do ensino fundamental conhecimento sobre a língua, costumes e a cultura dos indígenas, quilombolas, ciganos, como forma de combater o racismo e intolerância étnica.

“A efetiva democracia racial no Brasil constrói-se mediante a educação de nossos jovens nos conhecimentos dos usos, costumes e tradições de nossos povos tradicionais e minorias raciais contribuem para o combate ao racismo e todas as formas de discriminação, contribuindo para a tolerância e a convivência pacífica entre os diversos grupamentos sociais brasileiros”, concluiu.

http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=22780

quinta-feira, 14 de maio de 2009